Por que tanta gente critica a pejotização sem entender do que está falando?

Boa parte das críticas à pejotização nasce de uma confusão básica: generalizar uma prática consolidada em setores específicos como se fosse um problema generalizado do mercado. É comum ouvir que a pejotização é “ilegal” ou “uma precarização”, mas isso revela mais desconhecimento do que um argumento sólido.

Quem realmente atua em mercados pejotizados — como TI, consultoria, saúde e projetos — sabe que esse modelo surgiu como uma resposta às limitações e custos da CLT (para patrão e empregado).

Profissionais com alta qualificação e salários elevados frequentemente preferem abrir mão de certas “proteções” em troca de mais liberdade, flexibilidade tributária e dinheiro no bolso. A própria Justiça já reconheceu a validade dessas relações, principalmente no caso dos chamados hipersuficientes.

Mas claro: há maus patrões. E há maus contratos. A prática de forçar um recepcionista ou segurança a atuar como PJ por R$ 2.000,00 não tem nada a ver com a essência do modelo. Assim como não culpamos a CLT pelos abusos de chefes tóxicos, também não faz sentido culpar o regime PJ por contratos ruins.

Nestes casos, o problema está na empresa — e não no modelo PJ.

Uma reflexão sobre nossos próprios viéses

A tendência de aplicar julgamentos apressados com base em ideias prontas é algo muito bem abordado no livro You Are Not So Smart, que mostra como nosso cérebro cria atalhos mentais (nem sempre inteligentes) para lidar com a complexidade. E isso vale também para o debate sobre pejotização.

Esses julgamentos apressados se tornam ainda mais evidentes quando olhamos para os chamados “vieses cognitivos”. Um exemplo clássico é o priming, que mostra como uma simples exposição prévia a uma ideia pode influenciar nossa percepção sem que a gente perceba. Outros vieses, como o viés de confirmação (buscar apenas informações que reforcem o que já acreditamos) e o efeito Dunning-Kruger (achar que entende mais do que realmente entende), também ajudam a explicar por que tanta gente repete que “ser PJ é ilegal” sem nunca ter lido uma decisão do STF sobre o tema. Ou pior, não pertencendo ao contexto onde a pejotização faz sentido.

Quer saber o que vale a pena? Avalie a proposta. Compare os números. E acima de tudo: entenda o cenário antes de emitir um veredito.

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