STF faz Audiência Pública sobre Pejotização. Veja o que foi falado e nossa leitura.

Neste mês de Outubro, o STF conduziu uma produtiva audiência pública sobre o tema da Pejotização, ocasião em que ouviu 48 especialistas oriundos de sindicatos, fisco, governo, empresariado, advogados e do setor de tecnologia.

Antes, em Abril de 2025, a Suprema Corte havia congelado todos os processos que envolviam pejotização nas varas trabalhistas, até que pudesse consolidar um entendimento que pacificasse o tema.

O que a Sociedade levou ao STF?

Após ler um resumo de cada um dos discursos proferidos, eu particularmente achei o conjunto muito bem equilibrado, no sentido de diversidade de pontos de vista. Evidentemente, porém, muitos dos especialistas trouxeram vieses, e outros mostraram não estar cientes de distinções básicas que nós sempre falamos, como os mitos da pejotização.

Mas antes de emitir minha opinião, eu pedi a um LLM que conjugasse toda essa diversidade num único texto, e o resultado ficou muito bom! Veja:

Resumo da Audiência Pública no STF sobre Pejotização

Minha opinião

No geral, eu tenho pouco a acrescentar ao que foi falado no STF – apenas alguns detalhes circunstanciais:

  • Rombo no INSS: Foi falado que ao menos uma parcela da culpa é da pejotização. Eu diria que uma parcela mínima… Mas ninguém lembrou que parte dos impostos arrecadados no Simples Nacional vão ao INSS sem gerar nenhuma contrapartida aos sócios do CNPJ. Poupemo-nos de citar os escândalos recentes…
  • Qual é o problema de o “PJ” ter horário, metas e subordinação? A pejotização tem o objetivo declarado de pagar menos impostos; e não de criar uma ala VIP na empresa.
  • Então, a perda de arrecadação é uma realidade. Mas ninguém parece ter lembrado o Governo da solução mais óbvia: um sistema tributário isonômico (que aplique a mesma régua) a todos: empresários, empregados, rentistas e investidores. Se isso existisse no Brasil, nem haveria pejotização.
  • Fraudes: É realmente necessário distinguir fraudes de contratações legítimas. O próprio STF já vinha usando como critério a hipersuficiência do profissional (bem como o grau de qualificação).
  • Nessa discussão, muito se fala de uma profissão relativamente nova: o pessoal dos aplicativos como Uber e iFood. Eu costumo incluí-los na categoria dos trabalhadores autônomos, que não é a mesma dos PJ’s. São situações distintas, mas nem todos souberam diferenciar.
  • Como eu explico no livro Trabalhando como PJ, é fraude sim “pejotizar” recepcionistas, garçons, porteiros, segurança, limpeza e empregos que acabam no MEI.

Por fim, nas palavras do ministro Gilmar Mendes, “saímos deste encontro devidamente informados, mais sensíveis aos desafios apresentados e ainda mais comprometidos com a busca por soluções justas, inovadoras e viáveis”.