Existem muitas palavras no cotidiano que pouca gente sabe exatamente o significado. Apesar disso, elas são utilizadas nos mais variados contextos.
Esse fenômeno não é bom sinal… Na verdade, é um dos sintomas do famoso analfabetismo funcional.
“O que é capitalismo?” é um documentário que eu encontrei no plano pago da Brasil Paralelo, e me mostrou o quão pouco as pessoas sabem o que vivem falando…
Esclarecimento que deveria ser desnecessário: Não existe nenhuma parceria ou acordo entre essa empresa e o Contrato PJ, ou com a minha pessoa.
(Particularmente, eu recusaria qualquer pagamento para divulgá-los. Pois prefiro vê-los investindo seu dinheiro no excelente trabalho que tem feito à sociedade.
Deveria ser desnecessário dizer isso porque a própria produtora afirma ser politicamente isenta, e não receber nenhuma verba do Governo ou partidos políticos.
Isso posto, essa citação não deveria me render críticas nem rótulos odiosos.)
O que é Capitalismo e o que temos hoje no Brasil
Numa série de seis episódios, o Lucas Ferrugem dá uma envolvente aula sobre as origens dos sistemas político-econômicos em vigor atualmente.
Desenhando uma linha reta, ele demonstra que todos os Estados hoje são pontos entre os dois extremos:
- Extremo à esquerda: Estado total, dono de todos os meios de produção, responsável por produzir e distribuir bens de consumo igualmente. Modelo conhecido como socialismo;
- Extremo à direita: Inexistência de Estado, e liberdade plena aos indivíduos. Um modelo conhecido como anarco-capitalismo.
Como você deve perceber, ambos são igualmente absurdos. Mesmo assim há quem os defenda com unhas e dentes por aí…
Para flertar com o socialismo, por exemplo, nenhum país precisa estatizar os meios de produção ou proibir a iniciativa privada.
Então, na prática, os Estados atuais trabalham com modelos mistos, com elementos das duas escolas, podendo pender mais para um lado ou para o outro.
Exemplificando
Capitalismo: no Brasil a iniciativa privada tem liberdade para empreender nos mais variados setores.
Socialismo: Mas só há uma empresa que produz petróleo, e é controlada pelo Governo.
Capitalismo: Outros setores, como rádio, TV, saúde, telefonia (etc.) são acessíveis a qualquer grupo que tenha capital para empreender neles.
Socialismo: Mas é preciso seguir normas ditadas pelo Governo, para conseguir e manter as concessões.
Capitalismo: Qualquer pessoa ou empresa tem a liberdade de contratar funcionários.
Socialismo: Mas é impreterível seguir à risca tudo o que o Estado determinou há quase 80 anos. E as regras não toleram acordos entre contratante e contratado, por mais que façam sentido para eles.
Entre infinitos outros assuntos, podemos elencar a velha discussão (ou discussões) sobre o trabalho dos profissionais PJ.
- E se o próprio profissional tem preferência por esse modelo, ciente do que está fazendo?
- E se essa for a única alternativa para a vaga de emprego existir?
- E se o profissional topa pagar esse pedágio para entrar numa área ou empresa à qual ele não teria acesso?
Quando as respostas às perguntas acima forem “SIM”, é cabível taxar essas contratações de “fraude” e criar políticas para prejudicar esses profissionais?
Eu trabalhei quatro anos como terceiro para uma empresa grande e famosa. Certa vez, surgiu uma grande oportunidade e eu fui convidado a participar do processo seletivo, antes de qualquer manifestação de interesse da minha parte.
Acabei contratado e só por isso deixei de ser PJ. Mas seria muito improvável eu entrar numa empresa dessa, me qualificar para a posição atual, e deixá-los conhecer o meu trabalho sem passar pela fase anterior.
Ainda acho que fiz um bom negócio…
Outro exemplo gritante são as coisas narradas no livro Sonho Grande – capitalismo ao extremo!
Capitalismo Chinês
O que mais me marcou foi a história de como a China, imersa na miséria, transformou uma “favela a céu aberto” no maior centro tecnológico-empresarial do planeta!
Para isso, o país adotou medidas quase do extremo capitalista, mesmo sendo socialista. A virada levou menos de meio século, um período bem pequeno historicamente.
Apesar de a estratégia chinesa dar calafrios na turma dos sindicatos, Ferrugem é enfático em dizer que faria exatamente o mesmo para desenvolver o Nordeste brasileiro.
Isso poderia ser ótimo, mas não parece praticável por aqui. Pelo menos não com o Congresso Nacional e STF em suas formações atuais.
Se você tem o plano Premium da Brasil Paralelo, vale muito a pena assistir a série “O que é Capitalismo“.
Caso contrário, não duvide que a assinatura vale cada centavo, por assuntos que vão desde Economia e Política até História da Arte.
PS: Conheci e assinei depois de ver um documentário super eloquente sobre Covid-19. Este é gratuito e está no Youtube.
Profissional de TI desde 2007 | MCP | PMP | PSM I | PSPO I | CEA
Graduado em Sistemas de Informação pelo Mackenzie e pós graduado em Gerenciamento de Projetos pela FIAP.
📖Autor do livro Trabalhando como PJ: O Guia Prático da Pejotização.