Inteligência emocional em profissionais de TI

Imagine-se concorrendo a uma vaga em uma organização na qual quer muito entrar e fazer parte daquela equipe. Uma empresa reconhecida pelo mercado de trabalho entre outros fatores de destaque. Aí você depara com uma forte seleção de candidatos, com aplicação de testes, exames, concorrências, dinâmicas, atividades, demonstração de projetos, testes de idiomas, apresentações… Enfim… Ufa… Quanta coisa hein…

Mas, depois de longas etapas para chegar lá, você percebe que há uma pequena barreira naquele novo local de trabalho. Imagine-se fazendo o maior esforço para falar algo óbvio, mas ninguém ouve, e quando ouve não entende. Aí você percebe que não se enquadra no perfil emocional daquele ambiente. – Como assim não me enquadro? O que de fato acontece comigo ou com esse lugar? O que devo fazer então?

Inteligência Emocional em profissionais de TI

O perfil emocional de um ambiente de trabalho depende do comportamento profissional que aquela área exige. Por mais que você tenha mostrado toda capacidade de atuar em sua função, comprovando sua habilidade técnica, entre outros fatores de aprovação, seu perfil em um ambiente de trabalho depende unicamente de você!!! Sim, isso mesmo, você deve ser o responsável por se adequar àquele local!

Vou explicar melhor: Há pessoas que são tímidas, acanhadas, vergonhosas, falam pouco, sentem-se um peixe fora d’água em ambientes onde há muita conversa, bate papo, brincadeiras, piadas, descontração e animações, etc. Outras tem boa influência e equilíbrio emocional (seja natural ou adquirido durante o tempo), e isso a ajuda a se envolver tranquilamente. Essas são características de pessoas que possuem um quociente emocional elevado, e facilmente se adequam em momentos oportunos sem se tornar inconveniente ou sem graça com os demais, e claro, não deixando de fazer suas obrigações. Aqueles que carecem de tal equilíbrio emocional sentem dificuldades de adaptação e não possuem a mesma facilidade em se adequar a novos tipos de ambiente.

Muitos líderes se destacam profissionalmente por terem QI (quociente de inteligência) mediano e um QE (quociente emocional) elevado. Isso não quer dizer que você, que tem um alto QI, não se torne um líder, porém há características exigidas pela liderança.

Ninguém nasce tímido, mas situações que vivemos podem nos fazer menos comunicativos, e isso é natural do ser humano. Mas ser ou não tímido é apenas uma decisão. Se essa característica te prejudica, elimine-a com novas atitudes, seguindo as dicas abaixo. Mas antes, vamos entender um pouco as características mais marcantes dos profissionais de carreiras técnicas, inclusive dos melhores, no tocante à inteligência emocional:

  • Autodidata, ou seja, procura alternativas próprias de aprendizagem;
  • Alto QI e médio QE. Isto é, focado, concentrado, mas não tão bom em interações sociais;
  • Dificuldade de se expressar e de fortalecer relacionamentos, sendo às vezes introvertido;
  • Usa raciocínio lógico (o que leva a posturas rígidas) mesmo em situações que pedem flexibilidade, jogo de cintura, dinamismo, etc.
  • Dificuldade em cultivar a visão sistêmica: Alguns nem imaginam que existe um “todo” mais abrangente do que aquilo que está em sua frente. Já outros, são bastante curiosos e não conseguem trabalhar com visão limitada;
  • Muita objetividade e pouca sensibilidade.
  • Tem um pensamento mais rápido que o normal, e que sua comunicação acompanha. Isso às vezes gera irritação e/ou não entendimento nos interlocutores;
  • Irritabilidade e resistência a mudanças.

Com esse perfil de profissional, normalmente empregado em setores onde há pouca comunicação muita concentração, é natural que seja menos dinâmico. Mas não quer dizer que seja um péssimo profissional, de maneira nenhuma. Sua expertise pode se destacar até mesmo por causa dessas características.

Mas onde ele poderá ser mais expressivo? Em quais situações? Um profissional de TI, por exemplo, pode se tornar comunicativo dentro de sua própria equipe, apresentando e buscando ideias, melhorias, soluções, construindo a habilidade de entender e fazer-se entendido pelos colegas, de maneira que compartilhem ideias e informações do dia a dia, mantendo o bom costume de conversar e se expressar mais.

A comunicação abre portas, traz oportunidades e ensina a colocar suas ideias e pensamentos de forma que outros lhe ouçam. Infelizmente, a melhor maneira de interiorizar essa habilidade não é lendo nenhuma documentação ou manual objetivo, mas sim praticando. Então, as dicas mais importantes para um talento da área técnica são: Ter paciência com pessoas diferentes, esforçar-se para formular cada vez melhor as frases, praticar ouvir e tentar entender até quando o interlocutor “viajar”, tentar compreender os colegas como se estivesse na pele deles. 😉

6 coisas que os desenvolvedores valorizam em um emprego

No dia 17 de agosto de 2016, a ComputerWorld – publicação especializada em TI, trouxe uma reportagem apontando as principais características de um emprego valorizadas por programadores, segundo a pesquisa State of Stack.

6 coisas que desenvolvedores valorizam em um emprego

Abaixo, o conteúdo na íntegra.


O que os desenvolvedores querem quando procuram um emprego? Essa é uma pergunta importante que todo gestor de TI deveria saber responder na hora de recrutar talentos do mundo da codificação. Saber a resposta, contudo, não é trivial.

Uma pesquisa com 1,4 mil programadores, chamada de State of Stack, trouxe um panorama sobre esse mercado de trabalho. O levantamento, conduzido pela companhia polonesa Netguru, apresenta  alguns detalhes importantes, listados nos seis pontos apresentados a seguir.

1. Não é (só) pelo dinheiro

Segundo o estudo, 85% dos entrevistados afirmam que um projeto interessante é mais valorizado do que o salário. Isso não significa que desenvolvedores não querem receber um bom dinheiro pelo seu trabalho, porém, esse não é o principal motivador na hora de aceitarem uma proposta.

2. O melhor escritório é em casa

Pouco menos da metade (40%) dos entrevistados disseram que preferem trabalhar de casa. Esse indicador reforça a ideia de que o home office deve ser uma prática buscada/estimulada pelas empresas. Atualmente, já existe uma porção de ferramentas disponíveis para executar tarefas de gestão remota, embora isso pode ser um supérfluo, se pensarmos que o mundo caminha para um contexto de “economia da eficiência”, que pressupõe ganhos por produtividade.

3. O poder dos benefícios

Além da busca por projetos interessantes, preferencialmente executados de casa, o que mais um empregador pode oferecer a um desenvolvedor? A pesquisa descobriu que outro atrativo, destacado por 40% dos respondentes, é a oferta de alguns benefícios. “Muitos programadores querem ter uma verga para realizarem treinamentos e participarem de conferências”, indica o estudo.

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4. Grandes nomes

Apesar de muitos desses projetos interessantes serem em startups ou companhias pequenas, 17% dos pesquisados se sentem atraídos por grandes marcas. Isso inclui atratividade de nomes como Google, IBM, Microsoft, etc. Uma das justificativas para esse desejo pode se relacionar diretamente ao ponto anterior, pois essas organizações tendem a oferecer melhores benefícios.

5. Java? É chato

Quando o assunto é linguagem de programação, a pesquisa descobriu que somente 9% dos programadores aprendeu Java recentemente – que, apesar disso, se mantém como uma plataforma consistente e com alta demanda. Contudo, a tecnologia foi classificada como “chata” pelo universo pesquisado. O relatório pontua que essa percepção vincula-se ao fato de ser muito corporativa.

6. Não requer experiência

Uma das áreas mais quentes da codificação, como comprovado na pesquisa, reside no desenvolvimento de app para mobilidade. Caso não tenha muito conhecimento nessa seara, não se preocupe. De acordo com estudo, a maioria dos programadores afirma que possui uma experiência relativamente pequena nessa disciplina. Além disso, a demanda está tão grande, que empresas estão recrutando profissionais mesmo sem grandes conhecimentos.

Dicas de currículo para Tecnologia da Informação

Só o fato de estar inserido na área de tecnologia da informação é um alento para o profissional. Segundo pesquisa da Catho ao final do ano passado – ou seja, em plena crise – as vagas nesse setor aumentaram 44%! Atendendo a pedidos, resolvemos trazer dicas de currículo e para entrevistas, segundo uma especialista em RH.

Conversamos com Meury Hermano, MBA em gestão de pessoas. Confira:

Dicas de currículo para profissionais de tecnologia da informação

Dicas de currículo

Contrato PJ: Para começar, diga suas principais recomendações para não tomar o tempo do recrutador, e falar logo o que ele costuma procurar.

Meury: O primeiro ponto é fazer o currículo inteiro tomando o cuidado de deixar claro as suas atividades e experiências. É mais fácil ler quando elas estão em tópicos, começando das mais difíceis para as mais simples. Citar nomes de sistemas operacionais, equipamentos e ferramentas já servem para detalhar suas habilidades. Se possível, ao lado das siglas, descrever a função de cada ferramenta, sistema ou plataforma.

O LinkedIn suporta uma quantidade bem maior de informações e detalhes estruturados. Qual o nível de profundidade certo no currículo, e o que deve ser aprofundado só no LinkedIn? 

Para o currículo, o ideal é dar informações sobre suas experiências, com mais detalhes, mas sem perder a objetividade. Cite os idiomas que fala e habilidades com sistemas e ferramentas específicas.

Trabalhos sociais e voluntários e viagens internacionais chamarão atenção, mas não serão os itens principais do seu perfil.

No LinkedIn, há serviços que proporcionam o envio direto para vagas do seu perfil. É importante tomar cuidado com a foto e não conter erros de português, inglês, ou qualquer outro idioma. A quantidade e tipos de contatos em sua rede não farão de você o perfil adequado para uma vaga, por isso, foque apenas nas informações que o recrutador busca. Todos os campos do LinkedIn são importantes, porém, deve dar preferência às informações sobre experiências, pois em meio a tantos currículos o selecionador estará focado no que quer encontrar.

Tem algum problema, ao final ou no cabeçalho do CV, convidar o recrutador a ver o perfil para saber mais detalhes? Isso pega mal?

De maneira nenhuma. É muito importante colocar links de trabalhos feitos, blogs, sites entre outros, pois estes detalhes serão bem visados e será um diferencial.

Na área de TI, existem muitas certificações e qualificações. Como eu posso escrever (no CV) e falar (na entrevista) de todas as credenciais detidas sem parecer arrogante?

Talvez o recrutador não conheça todos os termos e siglas de certificações na área de TI, principalmente se não for um especialista. Então, ao mencioná-las deixe escrito por extenso. Exemplo: Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD).

Algumas vagas exigem habilidades humanas e interpessoais bem aguçadas (soft skills). Profissionais de exatas muitas vezes deixam a desejar nesse ponto. Como passar uma boa impressão nesse aspecto?

Mostrar uma boa escrita já é um grande começo para aparentar habilidades humana e interpessoal. Por isso, saber relatar bem as atividades e transparecer isso em sua entrevista poderá contribuir para chances de passos importantes na seleção e carreira.

Qual a melhor impressão de: 1) programador / codificador; 2) analista de sistemas; 3) web designer; 4) coordenador de projeto…

Um analista precisa ser capaz de conceber e relacionar várias ideias ao mesmo tempo, para ajudar o usuário e resolver seus problemas. Empolgação e boa argumentação fazem bem aqui. Já para um programador, o perfil não é tão bom, pois ele facilmente vai querer contestar e incrementar as instruções que recebe, desconhecendo o orçamento e realidade do cliente / projeto.

A melhor impressão que possa ter é ser transparente sobre suas habilidades e personalidade.

Regulamentação de TI: Análise das reivindicações do Sindpd a Michel Temer

O “Sindicato da TI” está propondo leis e políticas que vão impactar você, seu trabalho, e seu bolso! No início de Junho de 2016, houve um encontro formal entre o presidente do sindicato e Michel Temer, com entrega de reivindicações sobre o setor.

Conforme noticiou a ComputerWorld, o Sindpd (Sindicado dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação) entregou em 10 de junho ao presidente em exercício Michel Temer uma série de reivindicações em prol dos profissionais de TI. Mas o assunto principal do encontro foi a criação de uma legislação específica para as profissões da área de tecnologia da informação – a regulamentação de TI, pleito antigo do sindicato. Ficou acertado, então, que a entidade elaboraria um projeto de lei para o presidente da República enviar ao Congresso.

Regulamentação de TI: O Sindpd entregou reivindicações a Michel Temer, sobre o setor de TI
Regulamentação de TI: O Sindpd entregou reivindicações a Michel Temer, sobre o setor de TI

O Sr. Antonio Neto, presidente do Sindpd, afirmou que o setor é promotor da inovação, do aprimoramento e da competitividade em todos os elos da cadeia produtiva. Salientou ainda que é sustentado por mais de 400 mil profissionais de alta qualificação, e que pelo fato de o segmento ainda não estar amadurecido, necessita de “mais regulação”.

A seguir, uma análise de Contrato PJ sobre cada uma das reivindicações feitas pelo sindicato:

[A “Regulamentação de TI”]

Direitos

Regulamentação das profissões da área de TI: criar leis que caracterizam as atividades dos analistas de sistemas e técnicos de informática.

Por incrível que pareça, não há legislação que caracterize o trabalho dos profissionais de TI. Em nossa visão, o efeito é mais glamour do que benefícios palpáveis.

Só pode exercer tal profissão quem tem curso superior ou um tempo mínimo de atuação.

Preferimos não opinar, mas fato é que há profissionais brilhantes que seguiram seu próprio caminho de aprendizado, e não se encaixaram na trajetória normal de passar por uma faculdade.

Manutenção dos direitos trabalhistas, que representam uma base mínima de proteção, dignidade e segurança.

A “proteção” mais evidente dos trabalhadores é sem dúvida o direito à aposentadoria, o qual está ameaçado pela má gestão previdenciária ante a nova dinâmica do crescimento populacional.

Vide casos do Rio de Janeiro, onde há funcionários públicos com a aposentadoria atrasada, e sem outra fonte de sustento. A “segurança” que o dinheiro do FGTS proporciona rende, por lei, um terço dos rendimentos do mesmo valor numa aplicação comum, perdendo até para a poupança e inflação. Justamente por se tratar de profissionais altamente qualificados, consideramos mais digno que tenham o direito de organizar suas próprias finanças, no curto e no longo prazo.

Fiscalizar as contratações ilegais, que geram perdas para a Previdência Social

Não ficou claro se o Sindpd pretende elevar-se ao patamar de “supremo árbitro” das contratações do setor tecnológico, dotado da atribuição de fiscalizar os contratos dos prestadores de serviços, consultorias e fornecedores. De qualquer forma, é interessante contrapor o argumento das “perdas previdenciárias” à imagem abaixo. Ela deixa bem claro que a maior parte (66%) da arrecadação do Simples Nacional é destinada ao INSS.

Sistema e-CAC: Valores repassados ao INSS na apuração do Simples Nacional
Sistema e-CAC: Valores repassados ao INSS na apuração do Simples Nacional

Por tanto, além das empresas “de verdade”, todo e qualquer profissional PJ enquadrado no Simples faz contribuições ao INSS sem receber os mesmos benefícios que os CLT.

Empresas Públicas

Fortalecer as empresas estatais da União no ramo; ABORTAR o projeto de lei 257/2016, que trata da renegociação das dívidas dos estados, bem como a supressão de todas as propostas de congelamento de salários de funcionários públicos, suspensão de concursos, redução de folha de pagamento e de privatização de estatais.

É lamentável que o representante de uma classe de pessoas com alto grau de instrução insista no egoísmo. Ao enfrentar um desemprego (o senhor já passou por isso?), há pai de família responsável que repudie o corte de gastos, chegando a exigir a manutenção deles?

Aperfeiçoamento tributário e política de desenvolvimento

[Em resumo:] Unificação de impostos, Lei do Bem, redução tributária, inclusão digital, políticas para incentivo ao desenvolvimento tecnológico, investimentos em datacenters e ampliação do Ciência sem Fronteiras.

Cada uma das propostas, isoladamente e nos seus detalhes, são grandes contribuições que o sindicato poderia fazer à sociedade, e não só ao setor de TI.

Compras de produtos de TI nacionais.

Seria o melhor dos mundos, desde que a empresa nacional detenha os méritos para vencer a competição com a estrangeira. Esse nacionalismo já deu frutos amargos, como o caso da Sete Brasil: ela não só quebrou, mas prejudicou toda a sua cadeia de fornecedores, diretos e indiretos, por cancelamento de contratos e não quitação de dívidas.

Outro caso é a Petrobrás, a qual hoje luta para se livrar do fardo (outrora privilégio) que é a obrigação de monopolizar o pré-sal. Acreditamos que a prevalência dos fornecedores de TI nacionais deveria ser uma meta, não uma obrigação.

Conclusão

Para a maioria do PJs, as reivindicações acima não vai agregar direitos, mas, na melhor das hipóteses, corroer seus planos econômicos. Isso se não expulsá-los de seus atuais empregos. Portanto, o Sindpd não está representando a todos com esse manifesto. Se o empregador não tem condições de contratar como CLT, e não puder fazê-lo como PJ, as consequências são só duas: (1) desemprego nas funções técnicas mais generalistas e (2) mais inflação em toda a economia, já que há tanta dependência da tecnologia de informação.

Então, é importante nesse momento que os profissionais façam-se ouvir sem a intermediação do sindicato. A melhor forma de fazer isso enviar emails para os deputados do seu estado, para o presidente da Câmara dos Deputados, para o presidente do Senado e – por que não? – para o gabinete do próprio presidente Michel Temer. No email, vale deixar claro o fato de o Sindpd nem sempre fazer uma representação plena da categoria, colocando-se como exemplo vivo.

Fontes:

http://computerworld.com.br/temer-promete-levar-ao-congresso-projeto-que-regulamenta-profissao-de-ti

Projeto de Lei 5101/16, que trata da regulamentação das profissões de TI, já em trâmite

Carta do Sindpd, na íntegra

Reportagem sobre o sindicato: