O INSS é um esquema ponzi (pirâmide financeira)?

INSS é golpe de pirâmide (Ponzi)?

Evidentemente, não queremos afirmar que um departamento de Estado esteja agindo de má fé. Porém, existem algumas semelhanças preocupantes entre o INSS e um esquema de Ponzi (golpe de pirâmide financeira).

Ponzi é uma operação fraudulenta de “investimento” que promete rendimentos altíssimos, mas por ser insustentável acaba lesando os investidores.

Senão, vejamos… Resumindo a explicação que dei neste vídeo sobre golpes e investimentos fraudulentos, qualquer esquema Ponzi compartilha as seguintes características:

  1. Promete pagamentos insustentáveis, e os cumpre por algum tempo;
  2. Usa o capital investido para distribuir esses pagamentos;
  3. Os investidores, ludibriados, acreditam que o pagamento é uma rentabilidade. Mas na verdade ele vem do saldo investido, que não dura para sempre;
  4. Dentro da conta do Ponzi, não há rentabilidade ou estratégia financeira que perpetue os pagamentos.

Como funciona o INSS?

Pois bem, todo mês os trabalhadores recebem seus salários já descontados em até 14%, a título de “contribuição com o INSS”.

O grande problema é que essa contribuição não tem dono a partir do momento que cai na conta do Governo. Vira tudo um montante só.

E é responsabilidade do Estado administrar esses recursos para suprir as necessidades de todos os segurados atuais – quaisquer que surgirem (desde que sejam legítimas).

Isto é, o aposentado recebe o mesmo dinheiro que foi pago pelo trabalhador na ativa (contribuinte), mês a mês. No final das contas, sempre vai poder faltar ou sobrar dinheiro.

Exemplo de prejuízo ao INSS

Então, o que acontece quando um trabalhador industrial jovem, com apenas três meses de atividade, sofre um acidente e fica inválido?

Se esse cidadão ganhava um salário mínimo, o valor descontado do salário para o INSS era de R$ 99, considerando as regras vigentes. Então, ele contribuiu com menos de R$ 300 durante sua vida inteira.

Neste caso, após ficar inválido, ele ganha o direito de ser sustentado pelo resto de sua vida pelo INSS, o que deverá custar pelo menos um salário mínimo por mês. Após falecer, caso tenha filhos, estes também ganham o direito de uma “pensão por morte”, também igual ou maior que um salário mínimo.

Tudo isso pago por outros trabalhadores, que correm o risco de não ter quem os sustente se precisarem no futuro.

Claro que aqui tem uma questão social e não vamos discutir sua importância. Porém, não podemos deixar de nos preocupar com a saúde financeira desse sistema, já que todos nós podemos vir a precisar dele.

Resumindo: o INSS assume o risco de equilibrar ganhos e gastos que não dependem dessa instituição, mas sim de milhões de pessoas, empresas e acontecimentos imprevistos.

Da mesma forma que um Ponzi, ele usa suas receitas do momento para honrar os pagamentos do momento, podendo faltar ou sobrar dinheiro a cada mês.

Alguns riscos são:

  • Desequilíbrio demográfico – o que acontece se tivermos mais aposentados (beneficiários) do que trabalhadores na ativa (contribuintes)?
  • Má gestão ou corrupção.

PJ é obrigado a pagar INSS?

Infelizmente, todos os trabalhadores CLT são obrigados a contribuir com o INSS, e ele já vem descontado no salário.

Profissionais PJ não são obrigados!

Em vez disso, podem lançar mão de uma previdência privada tanto para planejar sua aposentadoria quanto para ter uma assistência em caso de necessidade.

A grande vantagem da previdência privada é que todo dinheiro depositado fica num banco atrelado ao CPF do trabalhador, e pode ser sacado somente por ele, a qualquer momento.

Ao avaliar uma proposta PJ, não deixe de usar nossa Calculadora CLT x PJ. Ela contempla todas as regras em vigor, e lhe permite comparar os regimes CLT e PJ com detalhes.

Calculadora CLT x PJ - Simples Nacional - com fator R - INSS - Imposto de Renda
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A Reforma Tributária voltou

Reforma Tributária à esquerda (ou ao inverso)

A Reforma Tributária voltou a ocupar o noticiário. Em primeiro lugar, cabe esclarecer duas coisas importantes sobre o contexto atual:

  • O texto em pauta trata da reforma dos tributos de consumo, e não de renda, diferente dos projetos que cobrimos anteriormente;
  • E mesmo assim, o texto em discussão não afeta as empresas do Simples Nacional.

Em outras palavras, estamos falando dos impostos sobre os produtos que compramos no mercado, e não sobre o imposto de renda, dividendos e afins.

Enquanto o governo anterior começou a Reforma pela renda (vide o projeto de Lei aprovado na Câmara, que cobrimos diversas vezes aqui), o governo atual começou pelo consumo.

Portanto, o segmento da Reforma Tributária que entra em pauta não deve afetar os impostos pagos pelos profissionais PJ, pelo menos num primeiro momento.

E o que vem pela frente?

Um detalhe pouco divulgado pela mídia é que, segundo o próprio projeto de lei, o Poder Executivo terá o prazo de 180 dias após a aprovação para apresentar o restante do trabalho: uma proposta de reforma tributária para a renda.

E isso sim nos interessa… Eu particularmente tenho algumas perguntas sobre essa parte:

  • Como vão abordar a reforma dos impostos sobre a renda? Fazer do zero, ou prosseguir com o projeto do Paulo Guedes, já aprovado na Câmara?
  • As empresas do Simples Nacional seriam afetadas? (O projeto aprovado não afeta o Simples);
  • Já sabemos que o Governo há muito deseja aperfeiçoar a tributação das profissões pejotizadas. Será que conseguirão agora? O que inventarão para isso?
  • O que acontece se o Governo não apresentar essa proposta? Penalidade? A reforma do consumo perde a aprovação? O texto não especifica absolutamente nada…

Voltando à reforma de consumo, ela faz modernizações estruturais que parecem melhorar muito o sistema. A Agência Brasil e o G1 fizeram excelentes matérias explicando a proposta.

Por ora, a nossa Calculadora CLT x PJ continua válida, e você pode baixá-la neste link. Enviaremos qualquer atualização no momento em que ela surgir.

Para quem tiver seu CNPJ aberto com a Contrato PJ Serviços, o escritório sempre estudará pró-ativamente o melhor arranjo tributário, pois é especializado em profissionais PJ assalariados.

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Mais sobre Reforma Tributária

Imposto de Renda do PJ a partir de Maio de 2023

Imposto de Renda do PJ a partir de Maio de 2023

Primeiramente, desejo um ótimo mês dos trabalhadores a todos os colegas – CLT’s, PJ’s, empreendedores, autônomos e liberais! 🙂

No último dia 1º de Maio, o Governo anunciou algumas medidas que afetam o salário mínimo, imposto de renda e outras regras mais técnicas.

Como de costume, além de atualizar a nossa Calculadora CLT x PJ, vamos aqui expor qual o impacto dessa mudança para os profissionais PJ.

Imposto de Renda 2023

A declaração de imposto de renda que está sendo feita em 2023 refere-se aos rendimentos do ano anterior (2022). E portanto não sofre alteração alguma.

Imposto de Renda dos PJ’s

Conforme orientamos neste blog Contrato PJ, convém que os profissionais PJ declarem 28% do seu salário bruto (PJ) como pró-labore, e apenas esta parcela será tributável para fins de Imposto de Renda.

Então, um PJ assalariado que ganha R$ 10 mil por mês verá em suas contas a mesma diferença que um CLT com salário de R$ 2800.

Poupando-nos dos detalhes técnicos e da nova regra instituída pelo Governo, a tabela abaixo expõe a diferença nos impostos dos PJ’s:

Isto é, praticamente nenhuma.

Na verdade, os 10 milhões de trabalhadores que deixarão de pagar IR (conforme anunciado pela grande mídia) são pessoas que já pagam valores irrisórios como os acima.

Reforma Tributária

Seguimos acompanhando as discussões referentes à Reforma Tributária, e avisaremos aqui quando houver novidades relevantes para os PJ’s.

Pelo andar da carruagem, notamos que a intenção do Governo é focalizar essa reforma já no segundo semestre de 2023, desde que aprovado o novo Arcabouço Fiscal.

Entendemos também que a orientação do Governo atual é taxar sim os lucros e dividendos, bem como combater a pejotização e outras brechas do sistema tributário.

Porém, parece não haver clima para mexer nos benefícios do Simples Nacional.

Uma bela sinuca de bico. A ver…

Base legal: MP 1171/2023 e MP 1172/2023.

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O que muda no regime PJ? 4 mudanças práticas no seu dia a dia.

Vagas PJ: 4 diferenças no seu dia-a-dia

Esse post foi feito para você que ainda não sabe nem por onde começar a avaliar se vale a pena ser PJ ou não, e por isso não se sente pronto(a) para as vagas PJ.

Então, vamos dar um passo para trás, e explicar as coisas do começo.

Meu nome é André, vim da área de TI como desenvolvedor. Já trabalhei por conta própria fazendo sites e sistemas. E também trabalhei muitos anos como PJ numa consultoria de TI.

1º) Por que existem vagas PJ?

Simplesmente, para baratear a mão de obra.

É como se o patrão falasse: “Em vez de dar dinheiro de graça para o Governo, eu quero dar na sua mão.

Tem gente que acha isso muito errado; o fim da picada. E tem gente que não liga. Há inclusive quem prefira mil vezes ser PJ do que CLT, como é o meu caso.

2º) Consequências de ser PJ no dia a dia

Aquela conversa de não ter chefe nem horário é balela! Coisa típica de contadores e web writters que não têm a menor ideia do que é ser PJ, e dizem a primeira ideia que lhes vem à cabeça só para por conteúdo na internet…

A verdade é: independente de ser PJ ou CLT, você vai trabalhar numa empresa com outras pessoas e terá que lidar com as regras da casa do mesmo jeito.

A cultura da empresa pode ser a mais variada possível (quanto a horários, hierarquia, etc.) mas em nada depende do regime de contratação dos colaboradores!

Há até um artigo neste blog chamado “Mitos sobre trabalhar como PJ” e recomendo muito que você leia se tem alguma dúvida sobre isso.

3º) Consequências nas finanças

O lado financeiro fica um pouco diferente numa vaga PJ.

Enquanto o CLT recebe na conta um salário líquido (já com os descontos. Isto é, aquilo que pode ser gasto ou investido), o PJ recebe o valor bruto.

E ele é o único responsável por pagar seus impostos. Porém, os impostos são bem menores!

São tão menores que nos faz crer valer a pena trabalhar como PJ na maioria dos casos.

Além disso, nem todos os PJ’s tem férias remuneradas, décimo terceiro salário e verbas rescisórias. Mas muitas empresas dão esses benefícios por mera liberalidade. Só é importante ter isso claro durante o processo seletivo.

Para entender em detalhes quais impostos o profissional PJ paga, eu preparei vídeo onde explico na lousa.

4º) Sobre trabalhar para o exterior em home office

Até aqui falamos somente sobre quem trabalha para empresas dentro do Brasil.

Mas agora é bem comum o cenário de trabalhar para empresas do exterior, em home office.

Neste caso, não existe a opção de “ser CLT”, pois nenhuma empresa fora do Brasil está obrigada a seguir nossas normas trabalhistas. Elas simplesmente depositam o salário na conta do funcionário, sem burocracias.

O que tem aqui são duas opções:

  • tributar como pessoa física, e pagar até 27,5% de imposto; ou
  • tributar como PJ e pagar menos de 10%.

Recomendamos fortemente a segunda opção, visto que em ambas não há direitos trabalhistas, benefícios e afins.

Então, quando estiver avaliando um job no exterior, pode considerar como uma vaga PJ!

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Mais sobre trabalhar como PJ

Como converter salário de CLT para PJ?

Como converter salário CLT para PJ

Neste post você vai encontrar a ferramenta que estava procurando para comparar salários CLT e PJ. Contudo, é importante que você sempre faça uma análise mais abrangente das propostas que recebe, e não tente apenas converter salário de CLT para PJ ou vice-versa, ok? 😉

Afinal, salários CLT e PJ são coisas estruturalmente diferentes. Por isso não é correto buscar uma fórmula exata para essa conversão.

Cálculo CLT x PJ no Excel

Veja todos os seus impostos com 1 clique, na CLT a na PJ!

Nossa Calculadora CLT x PJ está disponível para você gratuitamente. É um Excel simples onde você só precisa preencher uma célula, e ela calcula tudo o que conversamos acima!

Não deixe de baixar a sua! 😉

Calculadora CLT x PJ - Simples Nacional - com fator R - INSS - Imposto de Renda

Exemplo Prático: Comparando Salários CLT e PJ

Vamos analisar uma solução para a seguinte situação: Você já tem um emprego CLT, e quer saber quanto deveria ganhar como PJ para compensar.

Mãos à massa:

Vamos supor que você ganhe R$ 10.000 como CLT – salário bruto.

Parêntese: Se o salário bruto CLT for 10 mil, todo mês você recebe por volta de 7.500 líquidos, após os descontos de INSS e Imposto de Renda.

Pergunta: A partir de quanto uma vaga PJ, com a mesma função, vale a pena?

Vamos ao cálculo. ⬇️⬇️⬇️

Para assinar sua carteira com salário mensal de R$ 10 mil, o seu patrão tem os seguintes gastos, embora você só possa receber depois de pelo menos 1 ano:

  1. 13º Salário;
  2. Férias;
  3. FGTS sobre o salário;
  4. FGTS sobre 13º salário e férias.

Dependendo do porte da empresa, o seu patrão pode ter que pagar também mais 20% do seu salário para o governo (INSS Patronal), sem que isso se reverta em nenhum benefício para o trabalhador.

Mas para fins didáticos não vamos considerar o INSS patronal.

No caso em questão, a provisão para férias, décimo terceiro salário e o depósito do FGTS correspondem a cerca de R$ 2.000 a mais todo mês, que não vão imediatamente para o bolso do trabalhador.

Recapitulando:

  1. 13º Salário (provisão mensal) = Salário / 12;
  2. Férias (provisão mensal) = Salário / 3 / 12;
  3. FGTS (depósito) = Salário * 8%;
  4. FGTS sobre férias e 13º Salário (provisão mensal) = 8% sobre as provisões (1) e (2).

Não se assuste! Nossa planilha faz tudo isso, e ainda simula cenários. Você só precisa baixar (Excel) e inserir seu salário base.

Sumarizando, um salário de 12 mil reais como PJ corresponderia ao seu salário de 10 mil atual. Portanto, pelo menos +20%.

Caso você vire PJ ganhando 12.000 (10 mil + 20%), o seu salário líquido seria de aproximadamente R$ 10.800, pois deixaria de ter aquelas facadas de INSS e Imposto de Renda retido na fonte.

Importante: esses R$ 12 mil são a remuneração total. Isto é, não vai ter 13º salário nem férias ao final do ano, e nem FGTS.

Conclusão

O grande ganho aqui é a redução da carga tributária, que compensa tudo isso.

Porém, temos visto cada vez mais empresas oferecerem décimo terceiro e férias até para funcionários PJ, por uma questão de competitividade.

Eventualmente, pode haver vale refeição, combustível, supermercado, cultura, etc. E não podem ser excluídos da conta.

Lembrando que esta é apenas UMA das formas de fazer o cálculo, e pode haver outras que também estejam certas.

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PJ deve contribuir no teto do INSS?

PJ pode contribuir no teto do INSS?

Algumas pessoas nos perguntam se profissionais PJ podem (ou devem) pagarem o teto do INSS, para aumentar o valor da aposentadoria lá na frente.

A resposta é que sim, podem. E não há nada de ilegal nisso.

Porém, NÃO vale a pena de forma nenhuma! É um tiro no pé, e eu recomendo convicto que você JAMAIS faça isso.

Quem trabalha pela CLT (carteira assinada) é obrigado a pagar o INSS conforme seu salário bruto. Mas os PJ’s tem uma opção melhor. Vejamos…

A contribuição previdenciária é descontada do salário todo santo mês. E em troca, há uma promessa do Governo de sustentá-lo(a) em caso de doença, invalidez e na aposentadoria.

Fique bem claro que o dinheiro do INSS não é do trabalhador, e sim uma contribuição para o Governo pagar os aposentados de hoje.

Haja vista que há pelo menos 40 anos se discute o tal do “rombo do INSS“, e a necessidade de uma reforma previdenciária para manter o sistema funcionando.

Como é o “INSS” do PJ?

Os profissionais PJ não precisam necessariamente pagar INSS. Pelo menos não no teto. A Lei sequer exige que empresários e profissionais PJ contribuam com a Previdência Social.

(Parêntese: Nós recomendamos que PJ’s paguem o mínimo de INSS possível só para ter assistência social e reduzir o imposto de suas PJ’s.)

Quanto a ter uma aposentadoria tranquila, recomendamos que a principal estratégia dos PJ’s seja a Previdência Privada.

Assim, todo o dinheiro pago vai para uma conta atrelada ao seu CPF, e ali fica rendendo até quando você quiser sacar.

Dependendo do plano, pode gerar até desconto no imposto de renda.

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